Arlindo e Fernanda já começaram a conhecer o mundo em duas rodas 
Eles estão juntos há oito anos e tem em comum o sonho de conhecer o mundo em duas rodas. Fernanda, 29 anos, nasceu e mora em São Paulo, capital. Ela é jornalista e fotógrafa. Laurindo, 28, nasceu em São Bernardo do Campo - SP e mora em Santo André - SP. Ele é economista e também fotógrafo. Esse casal de motociclista enfrentou 10 mil quilômetros pela América Latina em duas motos 115 cilindradas. Isso aconteceu em 2013 quando subiram em suas Cryptons 115cc para a primeira de uma série de viagens que continuam realizando até hoje. Nessa primeira aventura rodaram pelo Brasil, Paraguai, Argentina, Chile e Bolívia com essas pequenas motocicletas. Atualmente continuam viajando, mas agora com motos um pouco maiores, mas orgulham-se de terem se tornado viajantes e motociclistas nas pequenas Cryptons 115cc.
Fernanda conta que sua paixão pelo motociclismo surgiu durante essa viagem de 2013: “até três meses antes da viagem eu nunca havia pilotado uma moto. A minha intenção inicial era acompanhar o Laurindo de carro, junto com mais um amigo também fotógrafo, e documentar a viagem dele. Quando faltavam três meses para a viagem, meu amigo disse que não poderia mais ir. Então ao invés de ir sozinha de carro, decidi tirar a carta de moto, comprar uma e ir também de Crypton. No segundo dia de viagem, quando descíamos o rastro da serpente, percebi que já estava apaixonada pelo motociclismo”, confessa Fernanda.
Laurindo por sua vez, sempre quis viajar de moto, mesmo antes de comprar sua Crypton, já planejava e pesquisava sobre viagens de moto pela América do Sul. “Quando eu comprei a Crypton já fiquei pensando que queria viajar com ela. Comecei a pesquisar na internet viagens com baixa cilindrada e percebi que seria possível ir muito longe com motos pequenas”, relembra Laurindo.
Inspirados na pequena Crypton eles transformaram esse sonhe em projeto e chamaram de “10milem115”. “Como somos ambos fotógrafos também acreditamos ser o momento legal para divulgarmos nossas fotos, para um público específico, que gosta de motos e viagens de moto. Inicialmente pensávamos que poderíamos conseguir alguns parceiros também para apoiar o projeto, mas até agora não tivemos êxito”, lamenta Laurindo.

Perguntamos ao casal se a escolha por moto de 115cc, teria alguma razão especial. “Na época da viagem essa era a moto que o Laurindo tinha. Econômica, de manutenção simples e com um valor que eu poderia arcar para comprar uma igual quando decidi me juntar à empreitada. Hoje ela tem um significado todo especial sim, tanto que a “vermelhinha” (a cor da Cripton da Fernanda) ainda está conosco e não pretendemos vendê-la mesmo tendo outras maiores. Isso significa que o que importa não é sua cilindrada, e sim sua vontade de viajar”, diz Fernanda que tatuou sua Cripton na pele. Uma homenagem a sua primeira moto, sua eterna paixão, que agora a acompanha por onde Fernanda for.
Após a viagem com as motos de 115cc, eles perceberam que suas aventuras só estavam começando. Laurindo comprou uma Teneré 250, e Fernanda, com 1,53m de altura obviamente dessa vez não pode acompanhá-lo na escolha da moto. “Optei pela Fazer 250, que tem a mesma motorização da Teneré (assim facilita nossas manutenções em comum) mas é acessível para baixinhas”, conta Fernanda.
Com as novas motos, o casal viajou para o interior de São Paulo e litoral. Mas em breve farão uma grande viagem pelo Brasil. “Acabamos as adaptações que estávamos fazendo na Fazer. Agora estamos indo para estrada novamente e vamos começar pela Estrada Real, de Paraty até Diamantina. De lá pretendemos fazer a Chapada Diamantina, Jalapão e todo o litoral brasileiro do Maranhão até de voltar a São Paulo. Depois ainda queremos descer para o Ushuaia, mas como já aprendemos que o planejamento muda completamente durante a viagem, vamos seguindo um dia após o outro”, conta Laurindo.
Para futuros aventureiros que se inspiraram na história de Fernanda e Laurindo, o casal aconselha: “Acho importante que vocês pesquisem a rota que vão fazer, converse com quem já fez, para terem uma ideia do que vão encontrar. Mas por mais planejamento que vocês faças, sempre haverá mudanças e algumas complicações no caminho, mas eu acho que são nessas horas que nós tiramos as maiores lições. Então como eu já disse, se tiver com medo, vai com medo mesmo, mas vai!”